segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A SEMENTE DIABÓLICA DO ANTI-SEMITISMO

O que está escrito neste artigo não possui a intenção de prejudicar a igreja evangélica, muito menos causar qualquer tipo de divisão entre pessoas crentes.
O nosso propósito é o de esclarecer e informar, para que pela vontade do Eterno Deus haja um entendimento verdadeiro sobre a trajetória da Igreja durante os séculos.
O que muitos irmãos infelizmente ainda desconhecem é algo que começou por volta do 3º século, quando o Imperador de Roma chamado Constantino decidiu “ajudar” os seguidores de Yeshua.
Entre tantas coisas que foram introduzidas pelo Império Romano na Igreja, incluindo o sincretismo, houve a disseminação de uma coisa maléfica, diabólica e extremamente prejudicial e ameaçadora para o povo eleito de Deus e a Igreja: a semente do anti-semitismo.
Mas, o que isto significa? O dicionário em português classifica este termo de “Doutrina ou movimento contra os judeus.” E por que o Império Romano planejou e executou esta investida contra os nossos irmãos? Afinal, Yeshua, o Filho de Deus, o Messias, o Senhor da Igreja era judeu! E os apóstolos também! O 1º Concílio da Igreja se realizou para que os gentios fossem aceitos na Congregação formada por judeus (Atos 15).
Cremos que o anti-semitismo começou porque a Igreja zelava e perseverava em algo que poderia impedir o Império Romano de introduzir as suas idéias e conceitos humanistas e pagãos: a Torah, a Lei e os Mandamentos do Eterno ensinados pelo Messias.
A fé em Yeshua foi estabelecida pelo Eterno na Nova Aliança como meio de salvação, esta é a Graça de D’us.
Mas a Lei e os Mandamentos devem ser seguidos como padrão instituído pelo Eterno para a verdadeira manifestação desta fé em Yeshua e estilo de vida em santificação, visando também às promessas a Israel nos últimos dias.
Em outras palavras, os judeus que receberam a Yeshua como o Messias e Salvador, zelando pela Lei e mantendo a Igreja na cultura bíblica judaica, se tornaram uma ameaça para Constantino.
Antes de expor as falsas acusações que surgiram e ainda se manifestam em muitas igrejas a respeito do povo judeu, vamos analisar a questão da Lei que, segundo os teólogos protestantes, foi abolida pelo Messias Yeshua.
Disse Yeshua: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.”
Não precisaríamos mais pesquisar nas Escrituras sobre a permanência da Lei quando lemos estas palavras do Filho de Elohim. Mas existe esta necessidade de esclarecimento para que muitos possam entender sobre o ensino prático da Lei pelo Messias, sem que, em nenhum momento, houve algo relacionado ao fim da Torah. Observem estas palavras: “...ATÉ QUE O CÉU E A TERRA PASSEM,...” o contexto está em Apocalipse 21:1 que diz: “E VI UM NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA. PORQUE JÁ O PRIMEIRO CÉU E A PRIMEIRA TERRA PASSARAM, E O MAR JÁ NÃO EXISTE.”
“...NEM UM JOTA OU UM TIL SE OMITIRÁ DA LEI SEM QUE TUDO SEJA CUMPRIDO.” Contexto em Apocalipse 21:6 que diz: “E DISSE-ME MAIS: ESTÁ CUMPRIDO; EU SOU O ALFA E O ÔMEGA, O PRINCÍPIO E O FIM. A QUEM QUER QUE TIVER SEDE, DE GRAÇA LHE DAREI DA FONTE DA ÁGUA DA VIDA.”
Os textos de Apocalipse tratam do período após o Milênio de Yeshua.

1º ponto: Yeshua não praticou e ensinou “novos mandamentos”, mas apenas um novo mandamento baseado na Torah: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” (João 13:14). O rabino Sha’ul (Apóstolo Paulo) escreveu: “O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o CUMPRIMENTO DA LEI É O AMOR.” (Rm. 13:10);

2º ponto: a Lei não conseguiu justificar o homem para a salvação porque o homem é imperfeito e carnal: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Rm. 8:3,4);
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.” (Rm. 7:14);

3º ponto: existe uma má interpretação do texto de Romanos 6:14 quando o apóstolo Paulo escreveu: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.” Aqueles que verdadeiramente estão ‘debaixo da graça’ (favor imerecido do Eterno para o homem), não podem ser dominados pelo pecado porque estes “haveis sido LAVADOS, mas haveis sido SANTIFICADOS, mas haveis sido JUSTIFICADOS em nome do Senhor Yeshua e pelo Espírito do nosso Deus.” (1Co. 6:11).
Sendo assim quem estava ‘debaixo da lei’ era dominado pelo pecado, pois, como já foi dito, ninguém pode ser JUSTIFICADO pela Lei, e sim apontado por ela como sendo transgressor: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.” (Rm. 3:19).
“Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.” (Gl. 5:4). A Lei se tornou em “ministério da morte” não por causa dela em si, mas por causa da concupiscência do homem, que não foi capaz, segundo a expectativa do Eterno, de ser justificado e salvo por ela, pois a Lei pode salvar.
A Lei sendo observada para a justificação diante do Eterno de nada se aproveitará, até porque a justificação na Nova Aliança se alcança somente através do sacrifício de Yeshua. O grande problema é que o homem antes de reconhecer as suas falhas, sempre aponta ou inventa erros em outras coisas ou pessoas para se isentar. É muito fácil desvalorizar a Lei, pois agora a salvação é pela Fé em Yeshua e pela Graça de Elohim! Encontramos nos escritos de Paulo termos como “a letra mata” ou “na velhice da letra”, até mesmo “ministério da condenação”, se referindo à Lei, mas todas essas referências e outras mais foram escritas todas em relação ao homem pecador e não aos mandamentos do Eterno;

4º ponto: outra interpretação equivocada de Gálatas 3:10:  “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” Não são as obras da Lei que se tornaram em maldição. Mas aqueles que confiam na sua obediência à Lei para justificação jamais permanecerão “em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” E quem não permanece está debaixo da maldição (conseqüências) que a Lei impõe aos desobedientes.
Resumindo, os escritos de Paulo referentes á Lei nos mostram os efeitos dela em relação ao homem pecador e corrupto que deseja ser irrepreensível diante do Eterno através das suas obras. Gálatas 2:16 diz  “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé no Messias Yeshua, temos também crido no Messias Yeshua, para sermos justificados pela fé no Messias e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.”

5º ponto: Existe também um versículo que foi intencionalmente mal traduzido: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.”
(Rm. 10:4). A palavra ‘fim’ foi mal traduzida do termo grego ‘telos’, que significa ‘objetivo, alvo, finalidade’ e não ‘fim, término. ’ Podemos ler na Palavra outro versículo que possui o mesmo termo grego que foi novamente traduzido incorretamente (talvez seguindo o mesmo princípio de Romanos 10:4): “alcançando o fim da vossa fé, a salvação da alma.” (1Pe. 1:9). O ‘fim’ da nossa fé não pode ser a salvação e sim o começo da incredulidade. O sentido correto seria “alcançando a finalidade, o objetivo, o alvo da vossa fé, a salvação da alma.” Então, a finalidade, o objetivo, o alvo da Lei é o Messias, a Lei aponta para Ele.
Depois do estabelecimento do Novo Pacto, o que a Lei representa hoje para os crentes em Yeshua? Ela é o referencial, baseada na vida e ensino do Messias Yeshua, que veio torná-la plena, isto é, totalmente fora do contexto legalista farisaico que se concentra apenas na letra da Lei e não no espírito da Lei, que são os seus princípios espirituais.
Sabemos que a Lei não se aplica a nós gentios de forma direta, apenas aos judeus, porém temos que respeitar a Torah e ter os princípios como referencial do que é certo ou errado. A nós está estabelecido o que foi decretado no 1º Concílio da Igreja do 1º século, as chamadas ‘leis noéticas’ (At.15:20,21). Não temos a obrigação da circuncisão, porém jamais devemos ensinar contra estes princípios, antes devemos respeitá-los. 
Consideremos algumas coisas importantes: em Atos 21:20 diz: “E, ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zelosos da lei.”
Novamente em Atos 21:24:  “Toma estes contigo, e santifica-te com eles, e faze por eles os gastos para que rapem a cabeça, e todos ficarão sabendo que nada há daquilo de que foram informados acerca de ti, mas que também tu mesmo andas guardando a lei.”(se referindo ao rabino Sha’ul (Apóstolo Paulo), que era judeu, pregava o evangelho da Graça Salvadora do Eterno pela fé em Yeshua, porém guardava a Lei).
Agora vamos tratar das falsas acusações em relação aos judeus: por que eles ainda são discriminados na maioria das igrejas evangélicas? Por que quase não se fala nos púlpitos e nos estudos bíblicos dos propósitos do Eterno em relação a Israel? Porque existe algo prejudicial sendo ensinado nas igrejas: a teologia da substituição.
Esta teologia ensina que a Igreja substituiu a Israel por causa da sua rejeição em relação ao Eterno e ao Seu Filho Yeshua.
Na verdade esta teologia é fruto do anti-semitismo, interpretando as Escrituras de forma errada e ensinando que judeus precisam se tornar “cristãos”.

Algumas das declarações dos pais da igreja:

Justino Mártir: 100 - 165
Acusou os Judeus de iniciarem a matança de Cristãos.

"Se alguém, por fraqueza de espírito, resolver observar as instituições como foram entregues a Moisés, e das quais esperam alguma virtude, mas que julgamos terem sido indicadas em razão da dureza dos corações, juntamente com sua esperança neste Cristo, e desejarem cumprir os eternos e naturais atos de justiça e piedade, mas optam por viver com os Cristãos e os fiéis conforme declarei anteriormente, não os introduzindo a serem circuncidados como eles próprios, ou a observarem o Shabat, ou a observarem qualquer outra cerimônia, sou da opinião que nos devemos reunir a eles e nos associarmos a eles em todas as coisas, como parentes e irmãos.”

Marcion: 110-160
“Qualquer Cristão que utilizasse um símbolo judaico, um nome judaico, ou realizasse qualquer celebração judaica, seria considerado cúmplice da morte de Cristo juntamente com os Judeus.”

Orígenes: 185-254
Acusou o povo Judeu, dizendo que eles conspiravam para matar os cristãos;

Eusébio: 265-339
Disse que os Judeus costumavam matar as crianças dos cristãos nas cerimônias anuais..
"As escrituras judaicas são destinadas aos cristãos e não aos Judeus";

St Hilary de Potiers: 300 – 367
Disse que os Judeus eram um povo perverso, amaldiçoado por D’us;

St Ephraim: 306 – 373
Difamava os Judeus chamando de prostíbulos as suas sinagogas;

São Jerônimo (Tradutor da Vulgata): 325-378
Disse que os Judeus não são capazes de compreender as escrituras e devem ser perseguidos severamente até serem forçados a confessar a verdadeira fé;

Crisóstomo 347-407 (bispo de Antioquia -escreveu oito sermões contra o povo Judeu):
"As sinagogas são zonas de meretrício e teatro, cheio de ladrões e bestas selvagens. Os Judeus são culpados da morte de Cristo".
"Não há expiação para o povo Judeu. Deus sempre os odiou. Os Cristãos devem odiá-los porque eles foram assassinos de Cristo e são adoradores de satanás".

Sto Agostinho: 354 - 430
"Os Judeus e a nação de Israel são apenas testemunhas da verdade do cristianismo, serviram apenas para deixar o legado da fé e da verdade cristã. Agora deveriam estar em constante humilhação quanto ao triunfo da Igreja sobre a sinagoga. Não há salvação para os Judeus. Eles já estão perdidos de qualquer forma."
"O judaísmo é uma corrupção e os Judeus devem ser escravizados".

St Cyril: 827 - 869
Deu aos Judeus a escolha de exílio, apedrejamento ou conversão.

Tomás de Aquino: , 1225 - 1274
Perpetuou a perversa teoria de Sto Agostinho.

Lutero: 1483-1546 - Publicou um folheto intitulado: “Os Judeus e as Suas Mentiras(1543)”
"Os Cristãos devem queimar as sinagogas e os Judeus. Devem tirar os livros e os Talmudes deles, pois esses contém só mentiras e blasfêmias. Devem ameaçar de morte os rabinos que ensinem. Devem proibir os Judeus de viajar. Devem obrigar os Judeus a trabalhar em serviço manual e não adquirirem profissão".
"Os Judeus são arrogantes, teimosos e de coração de ferro como demônios".
{Martin Luther, "On the Jews and Their Lies" (1543), Traduzido por Martin H. Bertram, editado por Franklin Sherman, vol.47, pp. 121-306, em Luther's Works, de Jaroslav Pelikan e Hehnut T. Lehmann ( Filadelfia,. Fortress Press e St. Louis, Concórdia Publishng House, 1962-1974).
Abaixo um excerto das pp. 268-278:
"Que faremos, nós Cristãos, com este povo rejeitado e condenado, os Judeus?".
...Vou dar-lhes o meu conselho sincero: primeiro, atear fogo às suas sinagogas, em honra ao nosso Senhor e à cristandade, de modo que Deus veja que somos Cristãos... Aconselho que as suas casas sejam arrasadas e destruídas...Aconselho que os seus livros de orações e escritos talmúdicos lhes sejam arrebatados...Aconselho que seus rabinos sejam proibidos de ensinar, sob pena de perderem a vida e serem mutilados...Acreditamos que o nosso Senhor Jesus Cristo dizia a verdade ao falar sobre os Judeus que não O aceitaram e O crucificaram: "Sois uma raça de víboras e filhos do demônio...".
Sobre os judeus e suas mentiras (do alemão Von den Juden und ihren Lügen) é um tratado escrito em Janeiro de 1543 pelo teólogo protestante Martinho Lutero em que defende a perseguição contra os judeus, a destruição de seus bens religiosos, assim como o confisco do seu dinheiro.
Ainda que inicialmente Lutero tenha tido uma visão mais favorável dos judeus, a recusa destes a se converter ao movimento protestante que se iniciara, levou Lutero a adotar diversas acusações e incentivar a um anti-semitismo que, juntamente com outras obras e idéias, pode ter servido de base ao nazismo (o texto foi citado pelos nazistas durante o Julgamento de Nuremberg para justificar a Solução Final). Fonte: Wikipedia.

O rabino Sha’ul (Apóstolo Paulo)  escreveu: “Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos.
Como está escrito: D’us lhes deu espírito de profundo sono: olhos para não verem e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje. E Davi diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em armadilha, e em tropeço, por sua retribuição; escureçam-se-lhes os olhos para não verem, e encurvem-se-lhes continuamente as costas. Digo, pois:   porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para incitá-los à emulação.” (Rm. 11:7-11). Entendemos que a queda de Israel foi um propósito do Eterno para que a salvação chegasse a nós gentios, por isso, nunca devemos acusar os judeus pela sua queda, mas antes glorificarmos ao Eterno por causa de Sua Graça que nos alcançou.
Os sacerdotes judeus podem ser acusados de levarem o Messias Yeshua para ser condenado e morto inocentemente.
Mas jamais podemos acusá-los de matarem o Filho de Elohim.
Isto porque a Sua morte já estava determinada como sendo o Cordeiro do Eterno oferecido como expiação pelos nossos pecados, e quem deveria levá-Lo para o sacrifício? Não seriam os sacerdotes? Ou preferem os acusadores dos judeus que os romanos fizessem tudo? Mesmo estes sacerdotes estando na ignorância, eles não poderiam ser substituídos por ninguém, porque o princípio do Sacrifício de Yeshua estava firmado na Antiga Aliança.
No Concílio da Igreja do 1º século (Atos 15), foi decidido que os gentios seriam aceitos sem a obrigatoriedade de se tornarem judeus por prática. Agora, por que os “cristãos” querem que os judeus se tornem um deles? Os judeus da Igreja em Atos não abandonaram a Lei e nem a cultura bíblica, eles eram Messiânicos e guardavam o Shabat (Sábado) ao invés desta invenção chamada ‘domingo’.
Quem deseja entender melhor toda esta questão acerca da Igreja e dos judeus é só estudar a verdadeira história da Igreja a partir do 3º século. Leiam também Romanos capítulos 9,10 e 11.
Que o Eterno possa iluminar os vossos entendimentos!








domingo, 5 de janeiro de 2014

Veredas Antigas

Qualquer que, na melhor das intenções possível, interpreta as coisas de D’us descritas na Antiga e na Nova Aliança sem os contextos da língua original, sem o contexto histórico, cultural e espiritual de Israel, terá conclusões superficiais e efêmeras, que não revelam na sua plenitude a verdadeira vontade de D’us.
Não que tais interpretações devam ser descartadas, pois muitas delas são de homens e mulheres usados pelo Eterno, mas dentro de um limite que eles próprios seguiram, por isso a profundidade da Revelação muitos não alcançaram.
A teologia de Paulo, Pedro, Tiago, Judas e a do escritor aos Hebreus nunca se afastaram de Israel e de tudo o que envolve o povo judeu, seja mostrando os erros do legalismo, seja ensinando a Torah conforme o Messias ensinou. Muitas teologias, dogmas e doutrinas surgiram após o 3º século baseadas nas intenções de Roma, que em sua totalidade colocaram os mestres judeus do Caminho para fora do cerco criado por Constantino.
Os reformadores, pela Graça de D’us, romperam com os aguilhões de Roma, mas eles deveriam se ligar à Oliveira novamente, da mesma forma que a Igreja que eles chamam de ‘primitiva’ descrita em Atos, era ligada. 
Ao invés disso, preservaram uma herança romana, baseada no movimento anti-semita, que criou uma teologia falsa chamada ‘da substituição’ afirmando que a Igreja substituiu Israel, sendo assim, aquilo que os judeus messiânicos lutaram tanto para preservar segundo os mandamentos do Eterno, enfrentando a fúria dos fariseus legalistas, dos romanos impiedosos, dos gentios pagãos que não aceitavam a ideia da existência de um só D’us, agora seria descartado, esquecido, pois o judeu que não se converte ao cristianismo, não pertence a D’us e não pode ser salvo.

A raiz da Igreja do Messias jamais deve estar em Roma, mas em JERUSALÉM, não na geografia, mas na espiritualidade! 
Os ensinos no 1º século do Evangelho de Yeshua eram ministrados são de qual nação? Os 12 apóstolos são descendentes de quem? Yeshua era de qual nacionalidade, qual tribo? O Eterno Se fez conhecer pelo D’us de quem, de por quem? Pelos romanos ou gregos? Os gentios aprendiam com quem? As 12 tribos qual povo? Quando o rabino Sha’ul (Apóstolo Paulo) disse “... assim sirvo ao Deus de nossos pais...”, quais eram estes pais?
Observem esta afirmação dele: “que, naquele tempo, estáveis (gentios) sem Cristo, separados DA COMUNIDADE DE ISRAEL E ESTRANHOS AOS CONCERTOS DA PROMESSA, não tendo esperança e sem Deus no mundo.Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto (DA COMUNIDADE DE ISRAEL).
Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um (judeus e gentios); e, derribando a parede de separação que estava no meio,na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças (as doutrinas judaicas de homens, dogmas), para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.” (Efésios 2:12-16).
Onde lemos que a Igreja substituiu Israel? Onde lemos que os judeus é que devem se achegar aos cristãos? Onde lemos que os judeus devem se incorporar ao sistema eclesiástico estabelecido pelos gentios? Onde lemos que os dogmas, as doutrinas, as teologias e as confissões de fé substituíram os costumes, a cultura e os ensinos estabelecidos por D’us? A identidade dos judeus messiânicos reflete a vontade de D’us, pois foi Ele quem criou, elegeu, cuidou, ensinou, separou, santificou toda esta descendência a partir de um só homem, Abraão, para que ela seja luz para todas as outras nações da Terra.